19/06/2010

Ás vezes não posso comigo próprio....


A música ainda cá anda... «Lily from Piccadily the ugliest girl I ever seen.... »
Passei o tempo todo que estive em Londres a trautear esta música. Não me saía da cabeça. Olhava para o diagrama do metro, e lá estava... Piccadily .... raios!
Quando estive nela própria, na Picadilly Circus, é como se tivesse visto o santuário.
E a paranóia agravou.
Eles só me diziam: «Cala-te com isso... já não se pode... porra do comprimido dá para isto!!!»
Repetia para mim próprio esta música vezes sem fim....
A Lily, era uma meretriz (meninos, vão ver ao dicionário). Boa. Como o milho. Dizem. Imortalizada em desenhos pintados nos bombardeiros, como talismã.


Junto aqui a letra da música da canção Piccadily Lily ou Diamond Lily como era conhecida (Esta letra tem bolinha vermelha, por isso não a traduzo. Peguem no dicionário e façam-se à vida).

Oh her name is Diamond Lily
She's a whore in Piccadilly,
And her brother has a brothel in the Strand,
Her father sells his arse hole
At the Elephant and Castle,
They're the richest f**king family in the land.

There's a man deep in a dungeon
With his hand upon his prick
And the shadow of his prick upon the wall
And the ladies as they pass
Stick their hat-pins up his arse,
And the little mice play billiards with his balls.

There's a little green urinal
To the north of Waterloo
And another a little further up,
There's a member of the army
Playing tunes upon his dick
While the passers-by put pennies in his cup

17/06/2010

Coisas de mim

Momentos que ficam numa passagem, tão ténue como é a vida.
Uma impressão do momento, uma sombra de um ciclo.
Amanhã, logo, daqui a pouco já não está lá.
Há-de estar outra sombra.
Outro momento.
Único.

Coisas que marcam....«Põe água fria que isso passa»

O Tadeu, era professor de ginástica no Colégio na altura em que lá estive.
O Tadeu não era professor da Classe Especial. As "acrobacias" mais arriscadas para alunos do 3º grupo, no qual me inseria, era saltar um plinto em extensão com os pés juntos: fazer a chamada no trampolim, voar por cima do plinto, apoiar as mãos no outro extremo, encolher os joelhos para o peito e fazer passar os pés por entre as mãos, ou então, a pior era voar por cima de mesas alemãs impulsionados de forma razoavelmente aleatória por uma cama elástica, destreza esta que me deixava a suar antes da aula só de pensar que o tinha de fazer.
Apesar da pouca sofisticação da manobra, era frequente os alunos não conseguirem executar os passos todos; quando os pés não conseguiam passar por entre os braços e "encravavam" na extremidade do plinto, ou, o que me aconteceu, o salto era de tal forma grande e tosco que motivava geralmente uma queda desamparada para a frente, de cara no tapete, apesar da ajuda voluntariosa do Tadeu.
Enquanto o desgraçado do aluno se torcia com dores no meio do chão, achando que tinha partido qualquer coisa, o Tadeu exclamava o seu famoso "põe água fria que isso passa", e lá ia o aluno até à casa de banho efectuar o tratamento de acordo com a prescrição.
Nunca vi o Tadeu manter na aula um aluno que estivesse magoado. O "põe água fria que isso passa" significava simplesmente "vence a pieguice e a dor, percebe onde é que fizeste asneira e volta a tentar de imediato, porque se conseguires fazer bem vais ganhar confiança e fazer melhor no futuro, mas se desistires o plinto parecerá maior da próxima vez e podes não conseguir voltar a passá-lo".