23/03/2010

Missão Warsaw

Bom, utilizando as propriedades mágicas do Inderal, lá me enchi de coragem e rumei a Varsóvia. Claro que comigo as coisas nunca são assim fáceis e lineares (como dizia o Telinho quando apanhava um engarrafamento: "lá à frente vai o Pinto"), depois de apanharmos um tipo que perdeu o bilhete na portagem da Crel e causou mesmo à nossa frente um engarrafamento, o avião atrasou meia-hora e por causa da greve dos controladores fraceses a rota foi diferente e foi pelos Alpes, por cima da Áustria. Foi lindo....

A cidade é bonita. Toda plana, cheia de edificios novos.

O hotel:

22/03/2010

Felgas sempre a subir....

O 498, ou antes ou Felgueiras, Angelo Felgueiras entrou para o Colégio no 2.º ano. Ficou na minha turma. Andámos sempre juntos. Ele seguiu a carreira da aviação, é comandante da TAP, foi presidente do Sindicato dos Pilotos, e continua sempre a subir. A subir por boas causas. A ajudar quem precisa. Este ano estive com ele já duas vezes, frisei o orgulho que tenho nele, naquilo que faz. É um bom amigo. É meu amigo.

12/03/2010

Enpinanço do mês.........

O meu Henrique ficou todo triste por não ter documentado o «enpinanço».... Por isso, o tio, fez «gato-e-sapato» e arranjou a foto....

Os cavalos são emprestados pela GNR, para muitos, é a primeira vez que os montam, e descer a Avenida a chover, escorregadia, e com bichos novos... é obra!!!!
Aqui vai a «garbosa» escolta.......

E o batalhão.......
(Fotos da AAACM)

03/03/2010

Paris já está a arder? - Não está um frio do caraças..... Parte I

No dia 17 de Fevereiro, quando fomos a Paris, além de ter conhecido e ficado encantado com  as landmarks conhecidíssimas - a Torre Eiffel, a Notre Dame, o Louvre, o Sena, e tantas outras coisas, trago aqui uns pequenos fait-divers que marcam as viagens que fazemos.

As Bicicletas. Por ser uma cidade plana, de ruas largas rectas, paralelas e perpendiculares, há bicicletas por todo o lado. Custa 1,5 € uma hora. Podemos pegar numa, e pedalar até ao outro lado. É giro, limpo e barato.
As Brasseries. Uma brasserie é uma brasserie. É uma coisa que só existe em França. Outros têm cofee-shops, restaurantes, casa de pasto, etc. São pequenas casas que servem pequenas refeições. Acho que está no meio entre o restaurante e o café como os conhecemos. Existem às centenas e têm coisas deliciosas....


O nosso café. A cerca de 15 metros da porta do hotel era neste café que todos os dias de manhã tomavamos o petit déjeuner. Custava 6 € e constava de: meia baguete, um croissant, geleia de fruta, manteiga, sumo de laranja, leite ou chá e finalmente um café.
A Rua Pont du Neuf. A nossa rua, que dá também o nome a uma das pontes que atravessa o Sena. O hotel ficava logo no ponto onde foi tirada a foto, e ao fundo do lado esquerdo está o edifício onde era a fábrica Louis Vuitton, que ainda ontenta o seu nome no topo do edificio e actualmente é um centro comercial.

(continua) 

3 de Março de 2010

No domingo passado, dia 28, cumpriu-se mais uma vez a tradição, desta feita, pelo Henrique o 272. O batalhão colegial desfilou pela Avenida da Liberdade, terminando junto da sede dos Antigos Combatentes, onde se seguiu a missa na igreja de S. Domingos, durante a qual, cá fora, se conviveu com velhos amigos, se bebia a ginjinha e se contavam as histórias que tantos nós lá viveram.
Encontrei amigos que já não via há 30 anos!!!! Amigos com os quais me dava todos os dias e faziam parte do meu círculo de amigos mais chegados. Contaram coisas à minha mãe, como, à noite, depois de jantar tinhamos o nosso momento de crime. Adrenalina pura. Só fazíamos porcaria, tal como: rebentar latas de gás com chama fazendo parecer um foguete, disparar com a pistola Walter contra a porta do picadeiro, empurrar os carros de combate e os canhões para o meio da estrada, etc. Eramos um bando de irmãos que durante 7 anos vivemos na mesma casa. Por isso, recordo na expressão «band of brothers», o discurso imortalizado na obra Henry V, de Shakespeare, que o rei Henrique V proferiu à suas tropas:

And Crispin Crispian shall ne'er go by,
From this day to the ending of the world,
But we in it shall be remember'd
WE FEW, WE HAPPY FEW, WE BAND OF BROTHERS,
For he to-day that sheds his blood with me
Shall be my brother; be he ne'er so vile,
This day shall gentle his condition:
And gentlemen in England now a-bed,
Shall think themselves accursed they were not here,
And hold their manhoods cheap whiles any speaks
That fought with us upon Saint Crispin's day.


O meu ARGOS

O Argos veio como vieram os outros. Um acaso. A mãe recusou-o, em pequeno. Não o alimentava. E ele, subnutrido, cheio de parasitas e pulgas, veio pelo João Valério, através da clássica: vocês querem um .... e pronto, veio. Era um Perdigueiro Português, lindo, castanho claro, com uma estrela branca no peito e uma lista na testa. Os olhos eram castanhos claros - quase humanos, como dizia a minha mãe - e o nome ficou ARGOS. Argos era o cão de Ulisses. Quando Ulisses partiu para a guerra de Troia, deambulou durante 20 anos, ao fim dos quais regressou à sua terra. Lá, tinha ficado um cão. O Argos. Estava velho e vivia na rua, indigente. Quando Ulisses chegou à sua terra, o Argos, num último esforço, que só os mais fiéis e amigos conseguem, levantou-se, reconheceu o seu dono, dirigiu-se a ele e morreu. Ulisses, tapando a cara com a ponta da capa, chorou a morte do seu cão, o único, que ao fim de 20 anos o tinha conhecido e lhe era fiel.
Esta é a história de tantos outros cães, que embora não se chamando Argos, são como ele: fiéis e amigos.
O meu argos era especial. Como veio muito pequeno para casa, era um cão muito dado, muito mimado e muito querido por todos. Corria atrás dos gatos em cima dos telhados das casas. Toda a gente da aldeia o conhecia e sabia o seu nome. Ele ia ter com as pessoas e cumprimentava-as. Elas, como a peixeira, retribuíam dando qualquer coisa, neste caso uma sardinha ou um carapau. Tomava banho sozinho no chafariz do largo. Na praia, corria atrás das gaivotas, entrando pelo mar.
Um dia, saiu de casa, passou pela oficina e cumprimentou, as pessoas, no campo foi ter com um senhor que lá trabalhava e, desapareceu. Foi roubado. Procurámo-lo até hoje. Chorámos por ele como se de uma pessoa se tratasse. O meu Argos ficou-nos no coração para sempre. Ainda hoje tenho saudades dele.