14/11/2009

Ensaio sobre a possível morte do Sr. Kursk

No final da tarde de hoje, o Henrique, sempre disponível e pronto a fazer-qualquer-coisa, perguntou: «Tio, o que há para fazer?»
- Olha, limpa os peixes, que já não são limpos à muito tempo - respondi eu.
E lá o fez. Quando estava a tirar os últimos baldes de água, disse: «Tio, o peixe não está cá!!!»
- Impossível. - Respondi. - Vê bem se não o despejaste com os baldes!
E lá fomos à procura nos sítios onde despejou a água, se encontrávamos traços do Kursk. Nada.
O Kursk era o último de quatro peixes oferecidos no meu aniversário, já há alguns anos, pelo Paulo e miúdos.
O que teria acontecido a ele? Não o podemos dar como morto pois não existe corpo!
Logo se levantaram várias hipóteses: «Tia, os cães comeram-no!», «Estava um rato lá dentro, se calhar comeu-o!», «Foi uma garça». Sei lá, uma série de situações para tentar justificar o desaparecimento. «Morreu e desintegrou-se». Rematou a Gi para justificar o desaparecimento com uma afirmação tipo biblica - do pó vieste e não-sei-quê no pó te tornas...», só que ali, é adaptar para o meio aquático.
Bom. O que é certo é que não sabemos dele. Mesmo que tenha preparado um requiem, quando é que posso tocá-lo? O que faço à lata de comida para peixes de lago? Será que o Henrique continua a receber os 2,5€ pela limpeza dos peixes?
Para o mim, o que aconteceu, passo a descrever em flashback:
A água do tanque há muito que já não era mudada, estava com grande concentração de dióxido de carbono. O Kursk era obrigado a vir à superfície várias vezes respirar, onde a água era mais oxigenada. Quando os diabretes não têm água, vão beber ao tanque dos peixes, e, terá sido numa destas conjunturas - Kursk à superfície + sede diabretes - foi apanhado e comido ou tirado para o chão.
Vou continuar à procura. Se encontrar sinais dele, então sim. Morreu o Sr. Kursk!

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